quarta-feira, 22 de maio de 2013

Não digo

Não digo que não seja estranho. Até é, mas não tão estranho quanto a primeira vez que se recolhe todos os pertences para se mudar de casa. De tanto me mudar, já virou rotina. Recolhendo e jogando fora e relembrando o que não estava no pensamento recorrente. Não preciso mais disto; que pena eu tenho de jogar fora; desapegar das lembranças de outrora. Nas malas a que tenho direito vai tudo o que é meu indispensável, tudo aquilo... Digo, "mas estou deixando muitas coisas". Volto logo então. O tempo passa de dez a um mesmo quando a ansiedade acompanha o café da manhã e o jantar, sem se contentar. Então são dez, nove, oito, sete, seis, cinco, quatro, três, dois... Não acredito! Ou talvez acredite, pois ainda é dez (ou nove). É outra realidade, por fim. 
Quem disse que nunca fui lá? Sempre vou, pois o pensamento é o melhor meio de se chegar mais rápido e visitar os lugares preferidos para tomar um chá chinês que excita as papilas gustativas amargas e faz a boca salivar a cada gole. Esse foi realidade, mesmo com tantas fotografias surreais. 
Marquei então para segunda-feira o que já planejava há tantos anos. Duas. É tanto receio e dúvida e ansiedade... Agora já furei a agenda. Falando em dez, não que tenha sido agora, mas foram apenas dez lições daquela língua estranha, e vai continuar sendo (dez ou estranha?) até que eu chegue dois dias seguidos. A fonte do ouro eu também não deixarei para trás. Nem pesa nas malas. 24 horas para 42, ao contrário, que é a resposta... Como não chega a 42, vai 31 mesmo.
Não procure entender, busque conhecer e sentir. É assim que se entende mesmo de tudo e, na verdade, eu nem entendo, nem aquela do conselho "mandar ou fazer". Sei que se sente bem quando entende uma linha... Não está nada mais confuso: arrumei e deixei espaço para o sapato que está faltando. 
Não é um passeio. Nem sei se já consigo entender isso, mas não é. O que me basta é o amor que me espera sem aquelas cinco horas por causa do silêncio. Isso é viver, é deixar viver, é deixar crescer ou crescer para ver no que vai tudo dar. 


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