domingo, 18 de outubro de 2009

Acordes

A Tomaz Soares, o violinista encantado

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Ao ver tudo aquilo, não sabia que decisão tomar ou de que expressão me mascarar. Em estado de choque, apenas o coração respondia a tudo. Não se sabe se as pessoas ali presentes o ouviram gritar.

Intactos os olhos permaneciam. No entanto, não conseguiram segurar quando, quase no fim, o Brahms apareceu sem nenhum vestígio de roupa amarrotada. Notas perfeitamente afinadas. Os olhos se vestiram de lágrimas, acabando com o estado de surpresa pela, até então, falta de emoção.

Tal como Sócrates, cujos discursos o cobriam de beleza, aquele rapaz por quem não dava nada além dos demais, cobriu o lugar de frases belas sem ao menos abrir a boca. Antes, todos ali estavam já cansados das imperceptíveis, porém cansativas notas fora de lugar. Mas, naquele momento, jurado nenhum ousou bater duas palmas que rasgariam o papel onde estavam escritos os pensamentos voando perto e muito, mas muito longe dali, embalados pelo som do porta-voz mais doce que existe.

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